Entidades
e Falanges
Entidade é o nome dado a todos os
espíritos que estão em determinada faixa de vibração astral que atuam dentro da
Umbanda. Conforme seu grau de evolução espiritual, esses espíritos são levados
a fazer parte de uma falange (agrupamento de espíritos), a fim de atuarem,
aprenderem e evoluírem espiritualmente. Lá eles permanecem até a possível volta
para uma reencarnação ou a evolução para um plano espiritual superior.
São as
entidades que incorporam nos rituais de Umbanda, uma vez que os Orixás não
incorporam. A função das entidades pertencentes às falanges é justamente vir à
Terra e executar o trabalho ordenado pelo Orixá. São as entidades os portadores
da força divina que correspondem aos Orixás.
As entidades que trabalham na Umbanda
se apresentam em dois graus hierárquicos, a saber:
- Guias (que podem ou não ser chefes de falange ou de legião)
- Protetores.
- Protetores.
A cada
falange corresponde a vibração original de um Orixá. As outras seis falanges
deste Orixá correspondem ao cruzamento de sua energia original com a dos
demais. Um exemplo de como ocorre esse cruzamento entre as linhas de Umbanda é
a linha de Ogum Beira-Mar, que vem a ser o cruzamento da linha de Ogum com a de
Iemanjá.
Quando um
médium trabalha com uma determinada entidade, ele não trabalha com um único
espírito. O que ocorre é que todos os espíritos que constituem determinada
falange atuam numa única faixa vibratória com a qual penetram na faixa
vibratória do médium,. Em outras palavras, os espíritos não trabalham isoladamente,
mas "em falange", todos numa única vibração. Isso explica porque
podemos encontrar entidades de mesmo nome atuando em locais diferentes à mesma
hora, ou até mesmo no mesmo local. As entidades trabalham em multiplicidade,
cada uma conservando o nome e as características do chefe da falange que
compõem.
Embora não seja muito comum, é possível acontecer que um mesmo espírito, embora seja uma só vibração, venha em diversas falanges, com diferentes nomes, conforme sua missão espiritual. Um espírito de certo grau de evolução pode se desdobrar na vibração, ou seja, aumentá-la ou diminuí-la, obviamente que dentro de um certo limite preestabelecido. Desta forma, essa entidade pode se apresentar ora numa faixa, ora em outra. Por exemplo: Se ela atua normalmente sob a linha do Oriente, pode num desdobramento de vibração, apresentar-se na forma de um caboclo, embora conserve também suas características essenciais.
Isso ocorre em virtude de uma despersonalização do espírito, ou seja, ele se despoja das características individuais de suas encarnações, já que as entidades de umbanda estão acima de uma identidade individual. Não utilizando, portanto, as entidades os nomes de batismo na Terra, já que há muito transcenderam sua individualidade.
Embora não seja muito comum, é possível acontecer que um mesmo espírito, embora seja uma só vibração, venha em diversas falanges, com diferentes nomes, conforme sua missão espiritual. Um espírito de certo grau de evolução pode se desdobrar na vibração, ou seja, aumentá-la ou diminuí-la, obviamente que dentro de um certo limite preestabelecido. Desta forma, essa entidade pode se apresentar ora numa faixa, ora em outra. Por exemplo: Se ela atua normalmente sob a linha do Oriente, pode num desdobramento de vibração, apresentar-se na forma de um caboclo, embora conserve também suas características essenciais.
Isso ocorre em virtude de uma despersonalização do espírito, ou seja, ele se despoja das características individuais de suas encarnações, já que as entidades de umbanda estão acima de uma identidade individual. Não utilizando, portanto, as entidades os nomes de batismo na Terra, já que há muito transcenderam sua individualidade.
Existe
ainda uma outra subdivisão, que diz respeito à faixa etária das entidades.
Desse modo, temos as crianças, os adultos e os velhos. Por exemplo: podemos ter
uma criança de Xangô, um Caboclo de Oxossi e um Preto Velho de Oxalá.
Outro tipo de entidade que se
apresenta na Umbanda são os Exus, agentes mágicos que trabalham transmutando a
magia no plano astral, os quais, infelizmente, são muitas vezes conhecidos
erroneamente com conotações pejorativas.
As entidades, conforme sua faixa
vibratória, dividem-se em várias falanges:
OS CABOCLOS
São
entidades, em sua maioria, de indígenas desencarnados que, depois de centenas
de anos no plano astral, resolveram abraçar o novo movimento religioso de
Umbanda. Trabalham
na caridade como verdadeiros conselheiros, ensinando o amor ao próximo e a
natureza, tendo como missão principal o ensinamento da espiritualidade e o
encorajamento da fé.
Os
Caboclos trouxeram para a Umbanda toda a magia dos Pajés, a defumação pelos
charutos e cachimbos, e o poder milagroso das ervas que são passadas para
banhos de limpeza e chás para a parte física; ajudam na vida material com
trabalhos de magia positiva, limpam a nossa aura e proporcionam uma energia de
força que irá auxiliar e encorajar o nosso espírito preparando-o para que
consigamos o nosso objetivo.
Os
Caboclos de Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam
credibilidade e confiança a todos que os procuram, seus pontos riscados, grafia
sagrada dos Orixás, traduzem uma forte magia, é através desses pontos que são
feitas limpezas e evocações de elementais e Orixás para diversos fins.
Nos seus
trabalhos de magia costumam usar pembas, (giz de várias cores imantados na
energia de cada Orixá), velas, geralmente de cera, essências, flores, ervas,
frutas, charutos e incenso.
Sua
saudação: "Okê Caboclo, Okê Bambi Ôcrim"
OS PRETOS VELHOS
A linha é
um todo, com suas características gerais, mas diferenças ocorrem porque os
Pretos-Velhos são trabalhadores de Orixás e trazem para sua forma de trabalho a
essência da irradiação do Orixá para quem eles trabalham.
Usam ervas
em seus trabalhos de magia e principalmente para rezar as pessoas. Da mesma
forma que os Caboclos, os Pretos Velhos usam cachimbos para limpeza espiritual,
jogando sua fumaça sobre a pessoa que esta recebendo o passe e limpando a aura
de larvas astrais e energias negativas.
Essas
diferenças são evidenciadas na incorporação e também na maneira de trabalhar e
especialidade deles. Para exemplificar, separaremos abaixo por Orixás:
Preto-Velho De Ogum
São mais
rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as
vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes.São diretos na
sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que
estão brigando, para dar mesmo o efeito de “choque”, mais são no fundo
extremamente bondosos tanto para com seu médium e para as outras pessoas.São
especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, encorajando e dando
segurança para aqueles indecisos e “medrosos”. É fácil pensar nessa
característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.
Pretos-Velhos De Oxum
São mais
lentos na forma de incorporar e até falar. Passam para o médium uma serenidade
inconfundível. Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa
para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a
finalidade não é “chocar” e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto
que está sendo falado.
São
especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-Velho de
Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior. Às vezes é comum sair até
mais confuso do que quando entrou, mas é necessário para a evolução daquela
pessoa.
Pretos-Velhos De Xangô
Sua
incorporação é rápida como as de Ogum. Assim como os caboclos de Xangô,
trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo
na justiça e realizações profissionais. Passam seriedade em cada palavra dita.
Cobram bastante de seus médiuns e consulentes.
Pretos-Velhos De Iansã
São
rápidos na sua forma de incorporar e falar. Assim como os de Ogum, não possuem
também muita paciência para com as pessoas. Essa rapidez é facilmente
entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes
permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a
diversidade que existe dentro desse único Orixá.
Geralmente
suas consultas são de impacto, trazendo mudança rápida de pensamento para a
pessoa. São especialistas também em ensinar diretrizes para alcançar objetivos,
seja pessoal, profissional ou até espiritual.
Entretanto,
é bom lembrar que sua maior função é o descarrego. É limpar o ambiente, o
consulente e demais médiuns do terreiro, de eguns ou espíritos de parentes e
amigos que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida
permanecendo muito próximos dessas pessoas.
Pretos-Velhos De Oxossi
São os
mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas. Esses
Pretos-Velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo. Possuem uma
especialidade: A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim
como emplastros, banhos e compressas, defumadores, chás, etc… São verdadeiros
químicos em seus tocos. - Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do
maior “químico” - Oxossi.
Pretos-Velhos De Nanã
São raros,
sua maneira de incorporação é de forma mais envelhecida ainda. Lenta e muito
pesada. Enfatizando ainda mais a idade avançada. Falam rígido, com seriedade
profunda. Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do
médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do
terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo.
Cobram
muito do seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes. Seu julgamento
é severo. Não admite injustiça. Costumam se afastar dos médiuns que consideram
de “moral fraca”. Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral. Podem
optar por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é
boa, digna e honrada.
É difícil
a relação com esses guias, principalmente quanto há discordância, ou seja, não
são muito abertos a negociação no momento da consulta.
São
especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do nosso karma,
pois isso sem dúvida é a sua função. Atuam também como os de Inhasã e Obaluaiê,
conduzindo Eguns.
Pretos-Velhos De Obaluaiê
São
simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto
na postura quanto na moral. Defendem quem é certo ou quem está certo,
independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros.
Agarram-se
a seus “filhos” com total dedicação e carinho, não deixando, no entanto, de
cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar.
Devido à
elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam
transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais
Pretos-Velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente
com a precisão do momento.
Como
trabalha para Obaluaiê, e este é o “dono das almas”, esses Pretos-Velhos são
geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para
vários assuntos.
Sua
“visão” é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de
traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como
profissional e até espiritual.
Assim
exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam
errado. Para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo tudo que
lhes for pedido, apenas confiando nesses Pretos-Velhos. Gostam de contar
histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta.
Pretos-Velhos De Yemanjá
São belos
em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade. Sua fala é
doce e meiga. Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços
espirituais e familiares.
Gostam
também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as
mulheres que desejam engravidar. Utilizando o movimento das ondas do mar, são
excelentes para descarregos e passes.
Pretos-Velhos De Oxalá
São
bastante lentos na forma de incorporar, tornam-se belos principalmente pela
simplicidade contida em seus gestos. Raramente dão consulta, sua maior
especialidade é dirigir e instruir os demais Pretos-Velhos. Cobram bastante de
seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, bom
corpontamento moral dentro e fora do terreiro, ausência de vícios, humildade;
enfim o cultivo das virtudes mais elevadas.
(Fonte:
Sociedade Espiritualista Mata Virgem)
Alguns Pretos-Velhos conhecidos:
Pai
Cambinda (ou Cambina)
|
Pai
Roberto, Pai Cipriano e Mestre Luiz
|
Pai João
D'Angola (também de Minas)
|
Pai
Congo
|
Pai José
D'Angola
|
Pai
Benguela
|
Pai
Jerônimo
|
Pai Francisco
|
Pai
Guiné
|
Pai
Joaquim (também da Costa)
|
Pai
Antônio
|
Pai
Serafim
|
Pai
Firmino D'Angola
|
Pai
Serapião
|
Pai
Fabrício das Almas
|
Pai
Benedito (também de Guiné)
|
Pai
Julião
|
Pai
Jobim
|
Pai Jacó
|
Pai
Serapião
|
Pai
Caetano
|
Pai
Tomaz
|
Pai Tomé
|
Pai
Malaquias
|
Pai Jobá
|
Pai
Dindó
|
Vovó
Maria Conga
|
Vovó
Manuela
|
Vovó
Chica da Costa D'Africa
|
Vovó
Cambinda (ou Cambina)
|
Vovó Ana
|
Vovó
Maria Redonda
|
Vovó
Catarina
|
Vovó
Luiza
|
Vovó
Rita do Cruzeiro das Almas
|
Vovó
Gabriela
|
Vovó
Quitéria
|
Vovó
Mariana
|
Vovó
Maria da Serra
|
Vovó
Maria de Minas
|
Vovó
Rosa da Bahia
|
Vovó
Maria do Rosário
|
Vovó
Benedita
|
|
|
Obs: O tratamento poderá ser substituído por Vovô ou Tio, por Tia.
OS BOIADEIROS
São espíritos de vaqueiros,
posseiros, capatazes, cangaceiros e espíritos afins.
Sabem que a prática da caridade os
levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé.
Fazem parte da linha de caboclos,
mais na verdade são bem diferentes em suas funções.
Formam uma
linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que
os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua
ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a
prática da magia na terra.
Saber que
boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para os
diferenciarmos dos caboclos.
São rudes
nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos.
Sua maior
finalidade não é a consulta como os Preto-velhos, nem os passes e muito menos
as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de
energia" aderida a corpos, paredes e objetos.
É de
extrema importância essa função, pois enquanto os outros guias podem se
preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha
"sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de
espíritos).
Quando
bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos
que entraram no local a se retirar. Assim, "limpam" o ambiente para
que a prática da caridade continue sem alterações, já que a presença desses
espíritos muitas vezes interfere nas consultas de médiuns conscientes.
Esses
espíritos atendem a boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes
passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina.
Outra
grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um
terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes.
Costumam
proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros
conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste.
"Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e
honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de
boiadeiro não é só tê-lo na coroa.
Trabalham
também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e
são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, a energia
emanada pelo Orixá para quem trabalha é apenas um critério interno e
obrigatório dentro do próprio "Ori" - pois na verdade todos são
braços de Omulú.
Exemplificando
essa idéia: Um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que
trabalhe para Oxossi, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não
absorvendo, no entanto, as características deles.
Dentro
dessa linha, a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem
boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a
locais diferentes, como regiões por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste,
etc...
Dentre
muitos Boiadeiros, citamos: Boiadeiro na Jurema, Lajedo, Boiadeiro do Rio,
Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro,
Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro e Boiadeiro do
Chapadão, etc ...
Sua
saudação: "Xetro Marrumbaxêtro", "Minakêto Navizála"
AS CRIANÇAS
As almas
de crianças que comparecem nos Terreiros de Umbanda são criaturas infantis que
desencarnaram em tenra idade. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade.
Dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem
atingir o seu objetivo com uma força imensa.
As almas
das Crianças desencarnadas e habitantes de planos astrais ligados à Umbanda
estão em correlação direta com os princípios que regem o Orixá Ibeji de pureza
e inocência, não tendo o seu caráter contaminado por hábitos ou vícios
inferiores.
É uma
falange de espíritos que assumem em forma e modos, a mentalidade infantil. Como
no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem
sempre que ser tutelada. Normalmente, as Crianças de Umbanda vêem acompanhadas
de um Preto-Velho que tem a responsabilidade por seu comportamento durante as
Giras. As festas em homenagem ao Orixá Ibeji são feitas com muita alegria,
doces, comidas, bolos, brinquedos e brincadeiras.
É a única
linha em que a comida de santo - Amalá, leva tempero especial - açúcar. É
conhecido nos terreiros de Nação e Candomblé, como êres. Na representação nos
pontos riscados, a Criança na Umbanda é livre para utilizar o que melhor lhe
aprouver. A linha de Ibeji é tão independente quanto à linha de Exu.
Os pedidos
feitos às Crianças nos rituais de Umbanda são uma tradição. As Crianças, na
maioria das vezes, atendem aos pedidos feitos, tendo uma força muito grande no
Plano Astral para que consigam, juntamente com as outras entidades da Umbanda
que os consulentes tenham seus pedidos satisfeitos.
As
Crianças não gostam de desmanchar demandas, nem de trabalhar nas desobsessões.
Trabalham nas consultas, onde enquanto essa se desenrola trabalham modificando
e equilibrando a vibração do consulente, regenerando os pontos de entrada de
energia do corpo humano.
Tais
entidades demonstram em suas atitudes sua pureza, mas identificam as falhas e
os vícios dos encarnados. Não se calam em suas consultas e, mesmo em sua estrutura
infantil, têm mais poder do que imaginamos. Mas como não são levadas muito a
sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso
foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos
elementos.
OS EXUS
Seu
trabalho é dirigido, principalmente à defesa dos seus médiuns e a defesa do
terreiro, porém, são muito procurados para resolver os problemas da vida
sentimental e material. Exu é guardião, é caminho entre a luz e as trevas, e
cobrador perante à Justiça cármica.
Costumam
trabalhar com velas, charutos, cigarros, bebidas fortes, punhais em seus pontos
riscados, pembas brancas, pretas e vermelhas . Devido ao seu temperamento forte
e alegre costumam atrair bastante os consulentes , principalmente porque quando
falam que vão ajudar certamente o farão.
Os Exús nas sete linhas de Umbanda:
Linha de
Ogum: Exu Tranca Ruas das Almas, Exu tranca Ruas de Embaré, Exu Tranca Ruas das
Sete Encruzilhadas, Exu Veludo, Exu Sete Encruzilhadas, Exu sete Facas, Exu da
Mangueira e outros.
Linha de
Oxossi: Exu Marabô, Exu Tronqueira, Exu Mangueira e outros.
Linha de
Xangô : Exu Marabô Toquinho, Exu Labareda, Exu do Lodo, Exu Pedra Negra e
outros.
Linha de
Yorimá : Exu Caveira, Exu Tata Caveira, Exu 7 covas, Exu Bananeira, Exu
Mulambo, Exu 7 porteira e outros.
Linha de
Oxalá : Exu Tiriri, Exu Veludinho, Exu Gira Mundo, Exu Sete Encruzilhadas e
outros.
Linha de
Yemanja : Todas as Pombagiras.
Linha de
Yori : Todos os Exus mirins.
Nota: Em razão da complexidade da entidade
Exu, esse site reserva um capítulo a parte relativo a esses guardiões da
espiritualidade.
OS CIGANOS
São
entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, de espíritos
que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Têm, na sua origem, o trabalho com
a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas
materiais. A presença dessas entidades é rara, mas quando chegam trazem com
eles todos os mistérios da magia.
Trabalham
também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas,
com as cores, com os quatro sagrados elementos da natureza.
Santa
Sarah Kali é a orientadora do Povo Cigano nos trabalhos espirituais, não
ocorrendo qualquer sincretismo com outra religião, uma vez que sua função é de
orientação.
Os Ciganos
não trabalham a serviço de um Orixá específico por isso não são guardiões de um
terreiro. Essa linha trabalha em paralelo e conjugada com as demais, onde o seu
compromisso primeiro é com a caridade e não com nenhuma outra linha específica.
Os Ciganos são protetores e não guardiões. Podem trabalhar dentro da linha de
Exu; porém sem função de chefia e de guarda. Já os Exus Ciganos e Pombo Giras
Ciganas são exus e pombo giras como outros quaisquer exercendo todas as funções
que qualquer exu e pombo gira exercem. Em resumo: cigano é uma coisa, exu
cigano é outra. Eles têm funções diferentes, embora a mesma origem cigana.
Encontramos
falanges diversas chefiadas por Ciganos diversos, em planos de atuação
diversos. Dentre os mais conhecidos, podemos citar os Ciganos Pablo,Wlademir,
Ramires, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor,Vitor e tanto outros, e, da
mesma forma, as Ciganas como Esmeralda, Carmem, Salomé, Carmensita, Rosita,
Madalena, Yasmin, Maria Dolores, Zaria, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Liarin,
Sarita e muitas outras também.
Para a
falange de Ciganos, se possível, deve ser mantido um altar separado do altar
geral, o que não quer dizer que não se possa cultuá-lo no altar normal. Esse
altar deve manter imagens, o incenso apropriado, uma taça com água e outra com
vinho, mantendo a pedra da cor de preferência do Cigano em um suporte de
alumínio.
MARINHEIROS
Os
Marinheiros trabalham na linha de Iemanjá e Oxum (povo d'áqua) e sua mensagem é
de esperança e força, numa alusão de que devemos desbravar o mundo exterior e o
desconhecido dentro de nós, lutando para mantermos a fé e a confiança.
São
chefiados por uma entidade conhecida por Tarimá. São espíritos de pessoas que
em vida foram marinheiros. São muito brincalhões, o plano espiritual superior
os evoca para descarga pesada do templo, desta forma a eles podemos pedir
coisas simples, eles não são muito dados a falar ou dar consultas.
Seu trabalho
é realizado em descarregos, consultas, passes, no desenvolvimento dos médiuns e
em outros trabalhos que possam envolver demandas. Na realidade estes abnegados
servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos mistérios aquáticos” e
com uma forma de atuação única dentro dos domínios da umbanda. Como magos,
trazem para nós, a possibilidade de nos libertarmos de nossos entraves.
A descarga
de um terreiro uma vez efetuada será enviada ao fundo mar com todos os fluidos
nocivos que dela provem. Os marinheiros são destruidores de feitiços, cortam ou
anulam todo mal e embaraço que possa estar dentro de um templo, ou ainda,
próximo aos seus freqüentadores.
Nunca
andam sozinhos, quando em guerra unem-se em legiões, fazendo valer o principio
de que a união faz a força, o que os torna imbatíveis nesse sentido. Alguns
representantes mais conhecidos: Maria do Cais, Chico do Mar, Zé Pescador, Seu
Marinheiro Japonês, Seu Iriande, Seu Gererê e Seu Martim Pescador.
EXU-MIRIM
É mais uma
falange trabalhando junto com Exu e Pomba-gira para a proteção e sustentação
dos trabalhos das casas de Umbanda, realizando trabalhos de limpeza astral,
cura, quebras de demandas, etc. Também chamado de Criança de Encruzo, no caso
masculino e, de Pombagira-menina, em sua manifestação feminina.
Pode-se
dizer que os Exus e Pomba giras estão para os Exus-Mirins como os Preto-velhos
estão para as crianças da Linha de Cosme e Damião. Têm como qualidade sua
irreverência e com seu jeito travesso, resolvem mal-entendidos e desmancham
feitiços, abrindo caminhos. São espíritos de muita força e graduação, mas
sempre atendendo aos Orixás Maiores, que irão dar a ordem de bloquear a vida da
pessoa e dar um basta nos erros que está cometendo. Assim como os Exus e
Pomba-Giras, são portadores dos mistérios dos Orixás.
A criança
de Encruzo ou Exu-Mirim atua como elemento regressor para o espírito em
desequilíbrio, assim como Exu atua como elemento vitalizador.
Atuam nas
diversas linhas da Umbanda, carregando nomes análogos ao dos Exus, conforme a
linha em que atuam, como por exemplo,
Caveirinha, Covinha, Calunguinha,
Porteirinha (calunga), Pimentinha, Labareda, Faísca, Malagueta (fogo), Lodinho,
Ondinha, Prainha (água), entre muitos e muitos outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário